segunda-feira, 1 de agosto de 2011

“Nunca se trabalhou focando índices de audiência”, diz Edgar Vivar, o Sr Barriga


Aos 67 anos, o ator mexicano Edgar Vivar, que ficou conhecido mundialmente por interpretar os personagens Sr. Barriga e Nhonho no seriado “Chaves”, conversou com exclusividade com um site de notícias.
Vivar iniciou a sua carreira aos 20 anos, mas foi em 1970, com 26, quando passou a integrar o elenco do programa “Chespirito”, que começou a ganhar maior projeção.
No dia 18 de setembro deste ano, o “Sr. Barriga” desembarca no Brasil para uma apresentação exclusiva no Carioca Club, em São Paulo. No evento promovido pela “4 Fun Fest”, o ator irá revelar várias novidades, conversar e cantar para o público.
Na entrevista concedida ao NaTelinha, Edgar Vivar fala sobre como o seriado “Chaves” e os personagens que interpretavam mudaram a sua vida, como era a relação com os outros atores, novidades sobre o evento no Brasil e muito mais. Por outro lado, tentando manter o bom clima que há de sua parte com os outros integrantes do seriado, Vivar optou por não falar sobre brigas que ocorrem entre alguns atores. Confira:
O seriado “Chaves” vai ao ar no Brasil há mais de vinte anos e marcou diversas gerações. Qualquer criança, adolescente ou adulto no país se recorda ou assiste ao seriado. O que você acha dessa recepção? A que você atribui o fato da série mexicana ter conquistado tantos fãs não só no Brasil, como no mundo todo?
Edgar Vivar: Sem dúvida que a resposta do público continua me surpreendendo todos os dias. Independentemente de seu lugar de origem, e que seja apenas um sorriso franco ou a alegria mais evidente, sempre escuto a palavra “OBRIGADO!”.
As pessoas me param nas ruas e dizem: “Obrigado pela alegria que vocês trouxeram à minha vida e que agora, com o passar dos anos, posso compartilhar com os meus filhos”.
Muito se escreveu sobre o fenômeno do programa, mencionando o enorme número de fãs que existe até hoje, tentando explicar seu êxito e, sobretudo, sua longevidade. Eu poderia dizer que o programa reflete a realidade que é corriqueira em muitas partes do mundo e que soa, de alguma maneira, familiar ao espectador: um menino que não é muito hábil intelectualmente – talvez por falta de alimentação adequada – ou um pai solteiro suficientemente hábil para fugir todo mês de pagar o aluguel, assim como um menino cujo cuidado materno em excesso o torna arrogante, um locatário de imóveis de bom coração, uma solteirona romântica. Enfim, são personagens cotidianos que são encontrados em quase todos os lugares.
Quando “Chaves” foi produzido pela Televisa na década de 70, qual era a expectativa da emissora e do elenco? Acreditavam que uma produção simples poderia ganhar as proporções que “Chaves” ganhou?
EV: Seria bom perguntar aos executivos daquela época a respeito de qual era a expectativa real sobre o nosso programa. Tenho certeza que as expectativas mais otimistas foram superadas de longe. Com relação ao elenco, acho que nunca se trabalhou focando os índices de audiência, buscávamos apenas o prazer e a satisfação de fazer as coisas bem. Todo o resto vinha como consequência.
Como era a sua relação com os outros atores do seriado “Chaves”?
EV: Sempre foi boa. Embora tenha tido mais convivência com uns do que com outros por motivos circunstanciais, posso dizer que até hoje me dou muito bem com todos eles e guardo um carinho e um afeto muito especial. Eles são parte da minha vida.
Os personagens “Sr. Barriga” e “Nhonho” mudaram a sua vida de alguma forma?
EV: Sim, com certeza. Eles me deram uma projeção enorme como ator, me deram oportunidade de crescer como ser humano, conhecer lugares, pessoas e situações únicas, além de estabilidade financeira. Mas, sobretudo, me deram o carinho e o reconhecimento de milhões de pessoas ao redor do mundo.
Em setembro, você vem ao Brasil com seu espetáculo. O que os fãs podem esperar?
EV: Além de contar com a valiosa colaboração de Gustavo Berriel, que é a “minha voz” em português e quem apresentará o show, também teremos a banda Ploc Monsters, tocando temas memoráveis de desenhos e seriados clássicos da TV. Eles também serão a minha banda de apoio, vamos fazer um apanhado geral das músicas do programa que todo mundo conhece, além de algumas outras surpresas.
O público verá uma retrospectiva do que tem sido a minha vida nestes últimos 40 anos, onde o programa “Chaves” ocupa um lugar especial. Quero que as pessoas se emocionem na noite de 18 de setembro, que riam e se comovam com o que quero compartilhar com elas. Mais do que apenas um show, quero que o público se sinta em um encontro de amigos, onde poderão ver fotos e vídeos antigos, assim como escutar suas músicas favoritas.
Sabemos que no evento terá um vídeo exclusivo com imagens inéditas do seu acervo pessoal. O que você poderia adiantar sobre este vídeo?
EV: O público terá a oportunidade de ver fotos e vídeos antigos de nossas turnês, passeios e atividades fora do programa. A maioria foi gravada originalmente em Super-8, com cenas filmadas em nossas visitas ao Chile, Peru e interior do México. Para mim, essas cenas têm um valor sentimental muito grande, pois podemos ver o elenco completo, com meus colegas que já não estão mais conosco. Quero compartilhar isso com todos os fãs brasileiros de “Chaves”.

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